Los Supergenios de La Mesa Cuadrada: história do programa

Com poucos recursos e um pequeno (mas fantástico) elenco, Chespirito criou uma sátira das mesas redondas e apresentou personagens que viriam a ser sucessos mundiais.
Reprodução/TeleGuia

No final da década de 1960, os programas do gênero “mesa redonda”, onde intelectuais versavam sobre os mais variados temas, eram muito comuns no México e em outros países latinos.

Roberto Gómez Bolaños criou então, em um espaço de vinte minutos na grade semanal da TV TIM, um programa um tanto inusitado: ao invés de homens letrados, colocou profissionais decadentes e uma jovem apresentadora. E no lugar de uma mesa redonda, uma simples e improvisada mesa quadrada.

“Los Supergenios” seguia uma fórmula simples: entre quadros de humor com personagens bonachões, os apresentadores discutiam notícias polêmicas sobre personalidades artísticas, políticas e esportivas. Sempre com um toque de humor sarcástico, característico de todos os roteiros de Chespirito.

O programa que marcou a estreia de Roberto Gómez Bolaños como ator também foi o laboratório onde surgiram personagens que, em pouco tempo, viriam a ser consagrados como ícones mundiais do humor. No quadro principal do programa, tomavam forma o Doutor Chapatín, interpretado pelo próprio Chespirito, e o Professor Girafales, na pele de Rubén Aguirre.

Entre os “sketchs” do “mais melhor e menos pior programa cultural” – como era apresentado por Maria Antonieta de las Nieves – destaca-se logo no primeiro capítulo a aparição de um dos maiores sucessos da parceria entre Chespirito e Ramón Valdéz: o quadro dos ladrões Chómpiras e Peterete, posteriormente batizado como “Los Caquitos”.

No quarto capítulo do programa, é apresentado um personagem que faria um sucesso ainda mais estrondoso: “El Chapulín Colorado”. Nosso heroi favorito ainda não possuía todas as características com as quais normalmente o lembramos, mas já era um bocado atrapalhado e carismático a ponto de ganhar o carinho do público e passar a aparecer em praticamente todos os demais episódios de “Los Supergenios” a partir de então.

No final de sua primeira temporada, em 1970, a atração passa a se chamar “Chespirito y la Mesa Cuadrada”, dando ênfase à atuação do protagonista. No ano seguinte, Bolaños consolida seu espaço na emissora e o programa passa a se chamar apenas Chespirito, reduzindo aos poucos o quadro da mesa quadrada.

Apesar do curto período de “Los Supergenios” no ar, é inegável que a atração ajudou Chespirito a moldar, com ajuda da versatilidade do ainda pequeno elenco, a personalidade de personagens icônicos como o Doutor Chapatín, o Chómpiras, o Professor Girafales, a Chiquinha e o Seu Madruga.