Em carta aberta, Florinda Meza desabafa e defende o legado de Chespirito
Florinda Meza, conhecida por seu papel como Dona Florinda em Chaves, fez uma publicação em seu perfil do Instagram em que expressa sua profunda tristeza com a suspensão das transmissões das séries e sua determinação em proteger o legado de Roberto Gómez Bolaños, o imortal Chespirito.
No documento, em forma de carta aberta, Florinda compartilhou sua ligação com Bolaños, descrevendo-o como “o amor de sua vida”. Ela relembrou o momento doloroso de sua partida em 2014 e como sua ausência a afetou profundamente, levando-a a se isolar por anos para se recuperar.
O cerne do texto, no entanto, é uma defesa sobre as acusações de que a atriz estaria dificultando a volta de Chaves e Chapolin Colorado à televisão, bem como a notícia de que ela teria processado a Max, produtora de ‘Sin Querer Queriendo’, futura série biográfica de Chespirito, por não ter sido consultada sobre o projeto. Meza expressou sua decepção por ter sido ignorada nessas negociações, considerando seu papel como representante do legado de Bolaños:
Em 2020, no auge da pandemia, o contrato com a Televisa pelos direitos literários para as transmissões da série Chespirito terminou. Eu, como escritora, deveria ter sido convocada para essa negociação, mas não fui. Fiquei sabendo pela mídia que finalmente não tinham chegado a um acordo e suspenderam a transmissão dos programas.
Algo explodiu dentro de mim, foi como se meu Rober se levantasse da tumba e gritasse: ‘Acorda! Você tem que defender meu legado’. Em seu testamento, ele me nomeou como sua representante para proteger seus personagens de um mau uso. E que pior uso pode ser feito do legado de um gênio do que enterrá-lo, congelá-lo por quase quatro anos?
Quero esclarecer que, até hoje, não processei ninguém, não é meu desejo e espero não me ver na necessidade de fazê-lo, por nenhum motivo.Florinda Meza
Em outro trecho, Florinda enfatizou a importância de manter vivo o legado de Chespirito, especialmente em um momento em que o entretenimento e a mídia social estão em constante evolução. Ela ressaltou que a magia dos programas de Chespirito continua a encantar e tocar a alma do público, sendo um tesouro a ser cuidado com delicadeza:
Roberto Gómez Bolanõs, o Chespirito, foi um homem bom, um marido amoroso, um excelente pai, um ex-marido responsável, um amigo leal, um grande chefe, um profissional impecável e um gênio único e irrepetível. Merece ser lembrado com respeito e carinho, por tudo o que sua obra significa para tantos espectadores.
Além disso, Meza abordou a importância de honrar a memória de Bolaños com verdade e autenticidade. Ela expressou sua preocupação com biografias ou representações que desviem da verdade sobre o que Bolaños pensava e sentia, enfatizando que sua história deve ser refletida com respeito e carinho:
Minha dignidade como ser humano também me move a defender meu trabalho, meus direitos literários, minha imagem e minha vida privada com meu Rober, porque nosso amor não durou apenas 40 anos, continua vivo.
Como pessoas do espetáculo, o mais precioso para nós é o público, que tem o direito de preservar a boa imagem de Roberto Gómez Bolaños, que qualquer produção que fale sobre ele se atenha à verdade e reflita o que Roberto pensava e sentia.
Qualquer visão diferente disso não será sua biografia, será outra história, a imaginação de outra pessoa, cheia de fantasias para vender. Mas o personagem que leva o nome de Roberto não será realmente ele.
Por fim, Meza apelou pela resolução pacífica das questões pendentes relacionadas aos direitos literários e à representação do legado de Bolaños. Ela reiterou seu compromisso em proteger seu trabalho, seus direitos literários e sua vida privada compartilhada com o criador de Chaves e Chapolin:
Nunca busquei conflito com os filhos do amor da minha vida. A última vontade de Roberto exige que eu intervenha para proteger seu legado, porque ele confiava em mim e assim dispôs em seu testamento. Se eles quiserem, podemos resolver isso imediatamente, é urgente que o riso retorne aos lares.
Chaves e Chapolin estão fora do ar no mundo todo desde 31 de julho de 2020. Desde então, a Televisa – detentora das fitas originais – e o Grupo Chespirito – que possui os direitos literários das obras – brigam na justiça por um acordo financeiro que permita a redistribuição dos programas, mas não se sabe se o desfecho deste imbróglio está próximo.
O fato é que a velentona do 14 só pensa em dinheiro, sempre pensou em dinheiro. Acho que se as negociações fosse entre a Televisa e o Roberto Gomez Fernandez, Chaves já estaria de volta na TV a muito tempo!