Ramón Valdéz: biografia, fotos e filmografia

Ramón Gómez Valdéz y Castillo nasceu no dia 2 de setembro de 1923, na Cidade do México. Ainda pequeno, mudou-se com o pai para Ciudad Juárez, no norte do país. Sem saber, já carregava consigo uma veia artística herdada da família: era irmão de dois grandes nomes do entretenimento mexicano — Germán Valdéz, o icônico “Tin Tan”, e Manuel “El Loco” Valdéz.

Antes da fama internacional, Ramón teve uma sólida carreira no cinema mexicano, especialmente durante a Era de Ouro. Atuou em cerca de 50 filmes, muitos deles ao lado de seus irmãos. Entre os títulos mais lembrados estão Calabacitas Tiernas (1948), El Rey del Barrio (1949) e La Marca del Zorrillo (1950).

Ramón Valdéz se casou três vezes e teve dez filhos. Algumas de suas filhas, como Aracely, Gabriela e Carmen, já contaram em entrevistas o quanto o pai era carinhoso e simples fora das câmeras — assim como o personagem que o eternizou. Usava roupas humildes, evitava ostentações e só vestiu smoking no casamento das filhas.

A parceria com Roberto Gómez Bolaños, o Chespirito, começou no cinema e se fortaleceu com o sucesso da televisão. Foi em El Chavo del Ocho (conhecido no Brasil como Chaves) que Ramón alcançou o coração de milhões de pessoas ao interpretar Don Ramón — ou Seu Madruga, como o personagem ficou conhecido por aqui.

Ramón Valdéz foi meu artista cômico favorito. Ninguém me fez rir tanto quanto Ramón Valdéz. Foi o único ator que me fez morrer de rir nos ensaios e ainda o faz agora, quando eu vejo os programas novamente!

Roberto Gómez Bolaños

Mas sua trajetória com Chespirito vai além do cortiço do Chaves. Atuou em esquetes e séries como Los Supergenios de la Mesa Cuadrada e Chapolin Colorado, onde viveu personagens inesquecíveis como Tripa Seca, o Pirata Alma Negra e outros vilões adoravelmente atrapalhados.

Em 1979, decidiu sair do grupo para participar de um novo projeto ao lado de Carlos Villagrán, o Quico, na Venezuela — o programa Federrico. O projeto não teve tanto sucesso, e ele retornou ao elenco de Chespirito em 1981, onde permaneceu por mais um tempo.

Nos últimos anos de vida, Ramón percorreu o México com seu próprio circo, levando alegria por onde passava. Mas infelizmente, em 9 de agosto de 1988, faleceu em decorrência de um câncer no pulmão, aos 64 anos. O vício em cigarro foi determinante para sua doença.

O velório foi marcado por emoção, especialmente da amiga Angelines Fernández, a eterna Dona Clotilde. Ela ficou por horas ao lado do caixão, chorando e repetindo: “Mi rorro… mi rorro…”. A amizade entre os dois era verdadeira e profunda.

Ramón Valdéz segue vivo na memória de milhões de fãs ao redor do mundo. Seu humor genuíno, carisma natural e talento sem esforço fazem dele um ícone eterno da comédia latina. Porque, afinal, como diria Seu Madruga, “não existe trabalho ruim… ruim é ter que trabalhar!”

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